A VERDADE

Acima de Tudo!

 

 

 

...todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo! I Cor 8:6

19- A Pluralidade Divina no Antigo Testamento

19.1 - O Que Está Por Trás da Palavra Elohym?

 

"No princípio criou Deus (ELOHIM) os céus e a terra." - Gênesis 1:1.

 

Segundo os trinitarianos, a palavra “Deus” aqui, vem do Hebraico ELONHIM. E ELOHIM é a forma plural de ELOHÁ. Assim sendo, este verso é a primeira evidência bíblica da pluralidade Divina.

 

Sobre a palavra Elohym, ela  não expressa pluralidade, ela expressa com certeza uma unidade. A confusão existente, é devido aos sinais que os Massoretas acrescentaram as consoantes do Texto Hebraico. Portanto, no que diz respeito à palavra Elohym, o cuidado que se deve ter, especialmente, é com relação aos sinais que os Massoretas acrescentaram ao Texto, que se chama, Antigo Testamento. Porque embora os referidos sinais sejam úteis, no que diz respeito às pronuncias e vocalização das palavras, o inimigo da Verdade, (O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a Imagem de Deus. 2 Cor. 4:4),  conhecendo bem às implicações do dual,  forjou uma diferença com relação à palavra Elohym. A fim de que este vocábulo se tornasse conhecido como plural, e não como dual.

 

“... Até o fim do quinto século d.C., a tradição da pronúncia aprovada do texto do Velho Testamento, escrito em consoantes nuas, era ensinada oralmente pelos rabis e assim ensinadas as Escrituras nas sinagogas pela recitação. ...”

 

“... Um serviço exímio que prestaram os Massoretas foi o de criar um sistema de pontos e sinais vocálicos que se colocavam em cima, em baixo e dentro das consoantes. Essas anotações indicam ‘exatamente’ como os eruditos da era liam as palavras. Essas anotações não fazem parte do texto sagrado, e os rolos do Pentateuco, usado nas sinagogas, são escritos somente com consoantes, como originalmente recebidos. ...”

 

O texto massorético, com todo seu equipamento, não pode ser datado antes do sétimo século da era cristã. ...”

Os manuscritos de livros hebraicos no texto massorético, existentes na atualidade, são do nono século d.C., dois séculos depois que os Massoretas completaram o seu trabalho...”

ANA e WATSON, S. L.. Conciso Dicionário Bíblico. (ilustrado). 15ª ed. Rio de Janeiro – RJ, Editora JUERP, 1987. pág. 119.

O sufixo hebraico “ym”, da Língua Hebraica, tanto indica uma pluralidade quanto uma dualidade. Contudo, quando empregado à palavra Elohym, trata-se de dual. O dual envolve somente seres ou coisas que existem aos pares. Abaixo seguem alguns conceitos sobre o dual, tanto na Língua Hebraica quanto na Grega.

Um professor escreveu o seguinte:

Dual: Indica objetos que aparecem aos pares”; “Indica dois elementos de uma espécie.”

PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Fundamentos para exegese do Antigo testamento: manual de sintaxe hebraica. 1ª ed. São Paulo – SP, Edições Vida Nova, 1998.  pág. 15.

Um outro, expressou-se desta forma:

DUAL (δυικός - dyikós): a expressar seres ou coisas em dupla, casal ou par, unidade consorciada a outra, dois elementos.”

No coiné já se fizera obsoleto o dual, a cair em completo desuso, tanto assim que através do Novo Testamento não ocorre uma vez sequer.”

LUZ, Waldyr Carvalho. Manual de Língua Grega. 1ª ed. São Paulo – SP: Casa Editora Presbiteriana, 1991. Vol. I, pp. 68-69.

Além dessas citações, sobre o dual nas Línguas Hebraicas e Gregas, serão citadas duas citações sobre o dual em outras Línguas:

Relativo a dois; s.m. (Gram.) número gramatical que em certas línguas, p. ex., o grego e o sânscrito, indica duas pessoas ou coisas, e que aparece em nossa língua na palavra ambos (lat. Dualis).”

BUENO, Francisco da Silveira. Dicionário Escolar da Língua Portuguesa. 11ª ed. Rio de Janeiro – RJ, MEC – FENAME,  1983.

A segunda citação é:

Cada caso (na Língua Grega) tem uma terminação diferente, e também o artigo se declina. Do mesmo modo ocorre no plural e também no dual; o grego de modo semelhante a outras línguas, distingue, além do singular e do plural, ainda o dual, que surgiu provavelmente do sentimento original de que duas coisas não são uma, mas também não são ‘várias’. O alemão, como outras línguas, exprime este conceito com a palavra paar (par).”

 

STÖRIG, Hans Joachim. A Aventura das Línguas: uma viagem através da história dos idiomas do mundo. 5ªed. São Paulo – SP, Comp. Melhoramentos de São Paulo, Indústrias de Papel, 1993.  p. 74.

Esta última citação, é sobre a diferenciação (convenção que existe), para distinguir uma palavra dual de uma palavra plural.

O dual tem a terminação” (îm) “de aym, ... acrescentada comumente à forma básica do singular. ... O dual é formado quase que exclusivamente por coisas que existem aos pares; ... Os adjetivos nunca têm a terminação do dual ...”

BUDDE, Hollenberg. Editada por: Baumgartner, W.. Gramática Elementar da Língua Hebraica. 8ª ed.São Leopoldo – RS, Editora Sinodal, 1996. pp. 118.

Alguém poderá questionar: E quando a palavra elohym é  atribuída às imagens dos falsos deuses? Ela é dual ou plural? Com toda certeza, pode-se dizer que, também, é dual. Porque, trata-se de uma associação da imagem com um demônio qualquer. E isto é mais evidente, em Êxodo 20:3: “Não terás outros deuses diante de Mim”. Depois diz: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto...”. Além do mais, nesse caso, também, está sendo aplicada de maneira indeterminada.

Portanto, no que diz respeito a Gênesis 1:26, ao “façamos”, o espírito de Profecia afirma claramente que foi o Pai e o Filho que participaram juntos da criação do homem. Qualquer entendimento diferente deste, contraria o que Ellen White escreveu.

Vejamos o que Ellen White escreveu:

"Satanás foi outrora um honrado anjo no Céu, o primeiro depois de Cristo. Seu semblante, como o dos outros anjos, era suave e exprimia felicidade. Sua testa era alta e larga, demonstrando grande inteligência. Sua forma era perfeita, seu porte nobre e majestoso. Mas quando Deus disse a Seu Filho: "Façamos o homem à Nossa imagem" (Gên. 1:26), Satanás teve ciúmes de Jesus. Ele desejava ser consultado sobre a formação do homem, e porque não o foi, encheu-se de inveja, ciúmes e ódio. Ele desejou receber no Céu a mais alta honra depois de Deus."

 

Primeiros Escritos, pág. 145

“... Eles tinham operado juntos na criação da terra e de cada ser vivente sobre ela. E agora disse Deus a Seu Filho: ‘Façamos o homem à Nossa imagem’.”

WHITE, Ellen G. História da Redenção. 3ª ed. Santo André – SP, CPB, 1981. pp. 20-21.

Além do mais, no que diz respeito aos verbos: “façamos” e “desçamos” (Gên. 1:26 e 11:7), que são verbos coortativos, temos o seguinte:

O coortativo é o volitivo da primeira pessoa. Pode expressar a manifestação da vontade da pessoa que fala, ou um apelo à vontade de outra (s) pessoa (s) com quem ela se identifica ou associa.”

PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Fundamentos para exegese do Antigo testamento: manual de sintaxe hebraica. 1ª ed. São Paulo – SP, Edições Vida Nova, 1998.  p. 76.

“O coortativo é o modo volitivo da 1ª  pessoa, sendo formado pelo acréscimo da desinência (ah). ...”

BUDDE, Hollenberg. Editada por: Baumgartner, W.. Gramática Elementar da Língua Hebraica. 8ª ed.São Leopoldo – RS, Editora Sinodal, 1996. pp. 118.

Conforme está escrito acima, sendo uma pessoa que fala, então, claro está, que a Pessoa que falou, foi o Pai. Ele disse ao Filho: Façamos.

“… Mas o Filho de Deus, que em associação com o Pai criara o homem, podia fazer pelo homem uma expiação aceitável a Deus, dando Sua vida em sacrifício e arrostando a ira de Seu Pai. ...” - WHITE, Ellen G. História da Redenção. 3ª ed. Tatuí – SP, CPB, 1981. p. 48.

Os trinitarianos, com base no texto de Atos 28:25-27, conclui que o espírito Santo é uma pessoa,  uma vez que o texto afirma que o espírito Santo falou aos nossos pais por intermédio do profeta Isaías. No entanto, o livro de Pedro deixa claro que o espírito que falava aos profetas era o espírito do próprio Cristo:

“Foi a respeito desta salvação que os profetas indagaram e inquiriram, os quais profetizaram acerca da graça a vós outros destinada, investigando, atentamente, qual a ocasião ou quais as circunstâncias oportunas, indicadas pelo espírito de Cristo, que neles estava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos referentes a Cristo e sobre as glórias que os seguiriam. A eles foi revelado que, não para si mesmos, mas para vós outros, ministravam as coisas que, agora, vos foram anunciadas por aqueles que, pelo espírito Santo enviado do céu, vos pregaram o evangelho, coisas essas que anjos anelam perscrutar.” (I Pedro 1:10-12).

 

Concordando com o que Pedro disse, Ellen White escreveu:

 

 “Cristo é chamado a Palavra de Deus, João 1:1-3. Ele é assim chamado porque Deus deu Sua revelação ao homem em todas as épocas através de Cristo. Ele é o espírito que inspirou os profetas. I Pedro 1:10,11. Ele foi revelado como o Anjo de Jeová, o Capitão das hostes do Senhor, o Arcanjo Miguel.”(Patriarchs and prophets, pág. 761, parágrafo 5). 

Além de Cristo falar por meio de Seu espírito, em algumas ocasiões, falou pessoalmente.

Ao comentar sobre a encarnação de Cristo, vejamos o que a serva do Senhor escreveu:

 “É a corrente de ouro que liga nossa alma a Cristo e por meio de Cristo a Deus. Isto deve constituir nosso estudo... Quando abordamos este assunto, bem faremos em tomar a peito as palavras dirigidas por Cristo a Moisés, junto à sarça ardente: ‘Tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa.” (James S. White, na Review and Herald, 5 de agosto de 1852. Ver Seventh-day Adventist Encyclopedia, págs. 286-288).

Em outra ocasião escreveu:

"Quando eles [Israel] chegaram ao Sinai, Ele aproveitou a ocasião para refrigerar-lhes o espírito com relação a Suas reivindicações. Cristo e o Pai, lado a lado no monte, proclamaram com solene majestade os Dez Mandamentos." Historical Sketches, pág. 231 (1866).

Portanto, tendo por base as evidências bíblicas, a Gramática Hebraica e as declarações do espírito de Profecia, pode-se afirmar com toda certeza que a palavra Elohym é dual e não plural, uma vez que o próprio Cristo afirmou: “Eu e o Pai somos um.” (João 1:30).

 

 

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