A VERDADE

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...todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo! I Cor 8:6

6 - O espírito Santo e Seus “Atributos e Ações Pessoais”

 

Ricardo Nicotra

 

Algumas pessoas defendem que o espírito Santo é uma pessoa pois alguns adjetivos (atributos) e verbos (ações) relacionados ao espírito são típicos de seres pessoais. Por exemplo:

 

“Não entristeçais o espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.” - Efésios 4:30.

 

“Do mesmo modo também o espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” - Romanos 8:26.

 

“Porque não sois vós que falais, mas o espírito de vosso Pai é que fala em vós.” - Mateus 10:20

 

“Apenas uma pessoa pode se entristecer”, alegam os trinitarianos. “Só uma pessoa pode ajudar, interceder e falar”. Os defensores da trindade afirmam que se o espírito de Deus se entristece, ajuda, intercede e fala, então ele é uma pessoa divina! Este argumento faz sentido?

 

A Bíblia emprega diversas figuras de linguagem, inclusive atribuindo ao espírito qualidades e ações típicas do seu possuidor (um ser pessoal). Isto não significa que o espírito seja uma outra pessoa. A prova deste fato são os muitos exemplos de atributos e ações pessoais atribuídos também a espíritos de seres humanos.

 

O espírito do apóstolo Paulo orava: O meu espírito ora de fato.” (I Cor. 14:14). Como um espírito (pneuma) de um homem pode orar se esta é uma ação pessoal? Seria, porventura, o espírito de Paulo uma segunda pessoa, além de Paulo? O verso seguinte explica: “Orarei com o meu espírito... Cantarei com o espírito.” (I Cor. 14:15). É claro que quem orava e cantava era o próprio Paulo.

 

Lucas, autor do livro dos Atos, relatou que o espírito de Paulo se revoltou:

 

“Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade”. – Atos 17:16.

 

Ora, revoltar-se é uma ação pessoal. Só um ser com autonomia e percepção pode se revoltar, mas a Bíblia diz que o espírito de Paulo se revoltou. Seria, porventura, o espírito de Paulo uma entidade pessoal independente do seu possuidor (Paulo)? Absolutamente não! Novamente aqui temos uma figura de linguagem. Quem se revoltou com a idolatria da cidade foi o próprio Paulo.

 

Há muitos outros exemplos na Bíblia onde espíritos de seres humanos são descritos com atributos pessoais ou realizando (ativa ou passivamente) ações típicas de seres pessoais.

 

Veja alguns na tabela a seguir:

 

Texto

Sujeito

Ação / Atributo Pessoal

Gênesis 41:8

espírito de Faraó

Perturbado

Esdras 1:1

espírito de Ciro

Foi Despertado

Jó 6:4

espírito de Jó

Sorve (Suga) o Veneno

Jó 20:3

espírito de Jó

Responde por Ele

Salmo 73:21

espírito de Asafe

Amargurado

Salmo 77:3

espírito de Asafe

Desfalece

Salmo 143:7

espírito de Davi

Desfalece

Isaías 26:9

espírito de Isaías

Buscou a Deus

Ezequiel 3:14

espírito de Ezequiel

Excitou-se

Daniel 2:1-3

espírito de Nabucodonosor

Perturbou-se

Atos 17:16

espírito de Paulo

Revoltou-se

I Coríntios 14:14 e 15

espírito de Paulo

Ora e Canta

I Coríntios 16:18

espírito de Paulo

Recreou-se

II Coríntios 7:13

espírito de Tito

Recreou-se

 

Obs.: Dependendo da tradução utilizada os atributos / ações podem sofrer alguma alteração.

 

Concluímos que quando a Bíblia diz que o espírito de alguém se entristeceu, então trata-se de uma figura de linguagem. Literalmente, quem se entristeceu foi a pessoa, o possuidor do espírito, não o seu espírito. Quando o salmista diz que o seu espírito estava amargurado, na realidade quem estava amargurado era o próprio salmista.

 

Isso vale também para o espírito de Deus. Quando a Bíblia diz que alguém mentiu para o espírito de Deus, na verdade isso significa que mentiram para o próprio Deus. Quando diz que o espírito intercede, certamente está se referindo a Cristo, nosso único intercessor e mediador:

 

“É Cristo Jesus quem morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” - Romanos 8:34.

 

“Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem.” - I Timóteo 2:5.

 

 

6.1 - Adjetivos Tríplices

 

Muitas pessoas, na tentativa desesperada de encontrar textos que apóiem suas idéias, acabam buscando subsídios em trechos que nada tem a ver com o assunto da trindade. Entre estes trechos, podemos citar um grupo muito interessante: o grupo dos adjetivos tríplices. Em alguns versos das Escrituras Sagradas algum adjetivo relacionado a Deus é repetido três vezes e por esta razão alguns interpretam que cada menção do adjetivo refere-se a uma pessoa da trindade. Vamos citar dois exemplos:

 

“E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” - Isaías 6:3.

 

“E os quatro seres viventes... proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.” - Apocalipse 4:8.

 

Na falta de textos que comprovem claramente a trindade, estas pessoas são capazes de incluir até mesmo Números 6:24-26 como evidência da existência do Deus-Triúno apenas pelo fato deste texto citar a palavra “Senhor” três vezes:

 

“O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto diante de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e lhe dê a paz.” - Números 6:24-26.

 

Ora, tais texto não provam e nem mesmo servem como evidência de que nosso Deus é um Deus tríplice. A intenção do autor ao repetir três vezes uma palavra é dar ênfase e chamar a atenção do leitor. Este recurso literário é prática relativamente comum entre os autores bíblicos. Veja estes exemplos:

 

“Ó terra, terra, terra! Ouve a palavra do Senhor.” - Jeremias 22:29.

 

“Ao revés, ao revés, ao revés a porei, e ela não será mais, até que venha aquele a quem pertence de direito, e a ele darei.” - Ezequiel 21:27.

 

Estariam, porventura, os profetas sugerindo uma trindade de terras ou de revezes? Logicamente não! A tríplice repetição é apenas um recurso para chamar a atenção para determinado fato ou característica, uma forma de enfatizar um conceito.

 

O livro “Gramática Elementar da Língua Hebraica” de Hollenberg & Budde ensina que a forma repetida de um adjetivo em hebraico além de lhe comunicar ênfase, também serve como superlativo absoluto. Desta forma, “Santo, Santo, Santo” poderia ser entendido como “Santíssimo”.

 

 

 

 

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