Ricardo Nicotra
Nesta seção vamos comentar alguns
textos bíblicos comumente usados para defender a teoria da trindade e o
espírito Santo como sendo uma pessoa distinta. Com a crescente aceitação
por parte dos estudiosos de que I João 5:7 e 8 foi uma adição posterior
à elaboração do original, estando já ausente de muitas versões fiéis ao
original, a responsabilidade de sustentar a teoria trinitariana recaiu
fortemente sobre Mateus 28:19 e João 14:16, que falam respectivamente
sobre o batismo “em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo” e sobre o
“outro” Consolador prometido por Cristo.
Além destes textos, os defensores da
teoria da trindade costumam alegar que algumas ações do espírito de Deus
são próprias de pessoas, além disso existem versos que citam o Pai, o
Filho e o espírito. Tais referências, segundo os trinitarianos,
serviriam como evidências da existência da trindade. Antes de comentar
estes textos, é importante ressaltar que a palavra trindade não
aparece em nenhum lugar na Bíblia e que esta teoria foi aceita como
doutrina apenas por volta do quarto século da era cristã.
Vale ainda salientar que a Bíblia não
revela muitos mistérios e não devemos especular, mas existe uma grande
diferença entre “Mistérios não Revelados ao Homem” e atentados à
lógica. A doutrina da trindade não é um mistério, é um atentado à
lógica, especialmente por violentar o mais elementar conceito sobre
quantidade: Três deuses constituem um só Deus.
Essa violência só seria admissível
com uma explicação bíblica, para isso como já citamos, os trinitarianos
apresentam três textos para “provar” a existência da trindade: I João
5:7, Mateus 28:19 e João 14:16.
Façamos uma análise detalhada dos
dois primeiros textos:
“Pois há três que dão testemunho [no
céu: o Pai, a Palavra e o espírito Santo; e estes três são um. E três
são os que testificam na terra: o espírito, a água e o sangue, e os três
são unânimes num só propósito.” (I João 5:7-8).
“Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do espírito
Santo.” (Mateus 28:19).
Procedendo uma leitura superficial do
texto, tem-se a impressão da existência de uma trindade, mesmo porque o
texto de I João fala que existem três no Céu e que os três são um,
Mateus afirma que devemos ser batizados em nome do Pai, e do Filho e
do espírito Santo. No entanto nenhuma doutrina é estabelecida
baseando-se em apenas um ou dois textos da Bíblia, ou sem analise do
contexto em que o texto está inserido.
No Livro de Isaías encontramos a
formula na qual toda verdadeira doutrina deve ser fundamentada:
“Porque é preceito sobre preceito,
preceito e mais preceito; regra sobre regra, regra e mais regra; um
pouco aqui, um pouco ali.” (Isaías 28:10).
5.1 - “Estes Três
São Um” - I João 5:7
“Pois há três que dão testemunho
[no céu: o Pai, a Palavra, e o espírito Santo; e estes três são um. E
três são os que testificam na terra]: o espírito, a água e o sangue,
e os três são unânimes num só propósito.” - I João 5:7.
Não há dúvidas. Este texto é o único
que afirma claramente que o Pai, o Filho e o espírito Santo são um sem
necessidade de interpretação particular. Seria uma prova perfeita da
existência da trindade, caso não fosse um texto comprovadamente
apócrifo, um texto adicionado posteriormente que não consta nos
manuscritos mais antigos.
A maioria das traduções fiéis já
omitiu este verso. A Bíblia de Jerusalém, uma das versões mais fiéis ao
original que dispomos em português, omite tal verso e adiciona a
seguinte nota marginal:
“O texto dos vv. 7-8 está acrescido
na Vulgata de um inciso ausente dos antigos manuscritos gregos, das
antigas versões e dos melhores manuscritos da Vulgata, o qual parece ser
uma glosa marginal introduzida posteriormente no texto.”
Na edição João Ferreira de Almeida
Revista e Atualizada I João 5:7 está entre colchetes com a seguinte
explicação no início do Novo Testamento:
“Todo conteúdo entre colchetes é
matéria da Tradução de Almeida, que não se encontra no texto grego
adotado.”
A nota de rodapé do texto grego diz o
seguinte:
“O texto dos versículos 7 e 8 entre
colchetes na Almeida Revista e Atualizada nunca fez parte do original.
Os manuscritos mais antigos que contém o texto são da Vulgata Latina do
século XVI.”
Texto adulterado:
“Pois há três que dão testemunho
[no céu: o Pai, a Palavra, e o espírito Santo; e estes três são um. E
três são os que testificam na terra]: o espírito, a água e o sangue,
e os três são unânimes num só propósito.” - I João 5:7.
Texto original:
“Pois há três que dão testemunho: o
espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito.” -
I João 5:7.
Percebe-se claramente que houve uma
ousada tentativa de adulteração da Palavra de Deus a fim de introduzir o
dogma da Santíssima trindade que nunca esteve claro na Bíblia. Será que
esta foi a única tentativa dos padres trinitarianos? Ou será que eles
tentaram adulterar outros textos para tornar do dia para a noite a
doutrina da trindade um ensino bíblico? Quantos textos bíblicos foram
adulterados em favor da teoria trinitariana?
É muito difícil responder a estas
questões pois não temos o original grego escrito pelos apóstolos. É
relativamente fácil identificar uma adulteração trinitariana feita no
século 16 (exemplo I João 5:7), mas o mesmo não pode se afirmar com
relação a adulterações mais antigas, principalmente as adulterações
anteriores ao quarto século.
Apesar de haver evidências
suficientes de que alterações foram feitas para “beneficiar” algumas
doutrinas pagãs, podemos confiar na Palavra de Deus pois ela mantém a
verdade original sem perda de essência. Mesmo que haja algum tipo de
adulteração, o Senhor nos revelará como fez com I João 5:7 através de
provas incontestáveis ou através de fortes evidências como veremos a
seguir.
Ellen White Escreveu:
“Vi que Deus havia de maneira
especial guardado a Bíblia, ainda quando dela existiam poucos
exemplares; e homens doutos nalguns casos mudaram as palavras,
achando que a estavam tornando mais compreensível quando, na realidade,
estavam mistificando aquilo que era claro, fazendo-a apoiar suas
estabelecidas opiniões, que eram determinadas pela tradição.”
(Primeiros Escritos pág. 220-221).
5.2 - Batismo em nome do espírito
Santo? – Mateus 28:19
“Ide, portanto, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai , e do Filho, e do espírito
Santo.” (Mateus 28:19).
Com a generalizada aceitação de que I
João 5:7 é um texto espúrio, o peso da defesa da trindade caiu
fortemente sobre Mateus 28:19 que passou a ser o verso preferido dos
defensores da teoria da trindade. A razão é simples: nenhum outro verso
bíblico coloca no mesmo patamar o Pai, o Filho e o espírito Santo,
ou seja, a famosa e consagrada expressão “em nome do Pai, do Filho e
do espírito Santo” que não aparece em nenhum outro lugar na Bíblia -
apenas em Mateus 28:19.
No entanto, esta fórmula batismal tem
trazido controvérsia entre os estudiosos por diversas razões:
·
A sugestão de existência de
uma trindade não se coaduna com a crença do público alvo do livro (os
judeus).
·
O contexto (verso 18) diz que
a autoridade foi dada a Cristo o que sugeriria, naturalmente, uma ação
posterior em nome de quem tem e delega a autoridade, no caso, em nome de
Cristo Jesus apenas.
·
Os batismos realizados
posteriormente pelos discípulos foram em nome de Jesus apenas.
·
Todas as orientações de Cristo
e as ações dos discípulos (orações, milagres, expulsão de demônios,
advertências, reuniões e pregações,...) foram em nome de Jesus e não em
nome do Pai, do Filho e do espírito Santo.
·
Há evidências tangíveis de que
a fórmula batismal trinitariana não conste do original, mas tenha sido
adicionada posteriormente.
Passaremos a analisar cada uma destas
causas de controvérsias, antes porém, algumas palavras importantes sobre
a confiabilidade e integridade bíblica.
5.3 - Integridade Bíblica
“Ao falar acerca destes assunto, como
de fato costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas
coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam,
como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição
deles.” - II Pedro 3:16.
O apóstolo Pedro declarou que nas
Escrituras Sagradas há certas coisas difíceis de entender. A dificuldade
vem em decorrência de alguns fatos incontestáveis: (1) Algumas pessoas
“ignorantes e instáveis” aproveitam-se de alguns pontos
isolados para impor seus ensinos particulares - ignoram a regra
geral e apegam-se fortemente nas exceções. (2) A mensagem de Deus é
infinitamente profunda e nós somos limitados. A fonte de que dispomos, a
Bíblia, foi escrita em linguagem humana, traduzida para outros idiomas
igualmente limitados e sujeitos a falhas de interpretação.
Vamos citar um exemplo da fragilidade
da linguagem humana na interpretação de versos isolados:
“Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te
digo que hoje estarás comigo no paraíso.” - Lucas 23:43.
Esta célebre promessa de Cristo ao
“bom ladrão” é freqüentemente usada por pessoas que acreditam que após a
morte o crente vai imediatamente para o paraíso. De fato, se Cristo
prometeu que naquele mesmo dia estaria com o ladrão no paraíso, então
isso mostra que herdamos o paraíso no mesmo dia de nossa morte. Isso é
verdade?
Sabemos que infelizmente, devido a
uma fragilidade e limitação do idioma e da tradução, pode haver em um ou
outro texto algum tipo de imprecisão. Mas tais imprecisões não devem nos
desanimar em estudar com afinco a Palavra de Deus, pelo contrário, é
estudando arduamente que teremos uma visão melhor do todo e tais textos
poderão ser bem compreendidos sob a luz de outros textos. Acreditamos
plenamente que Deus preservou sua Palavra ao longo dos séculos e que não
houve perda de sua essência. Quando aparece um verso difícil de
entender, que parece contradizer todo o resto da Palavra de Deus,
devemos contrastá-lo com outros.
No caso da promessa de Cristo ao “bom
ladrão” sabemos que ao longo dos séculos houve uma perda no significado
original. Cristo não esteve com o ladrão no paraíso no mesmo dia de sua
morte. Outros textos dão evidências claras deste fato: Os ladrões não
morreram no mesmo dia (João 19:31) e, além disso, Cristo após sua
ressurreição declarou que ainda não havia subido ao seu Pai (João
20:17). Além disso há outros textos que afirmam que a morte é um sono e
que haverá a ressurreição no último dia. Portanto, a análise de outros
textos nos leva indubitavelmente ao significado correto do texto, que
deveria ser: “Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo hoje, estarás
comigo no paraíso.”
Cremos que as imprecisões da língua
são causa de muitas confusões doutrinárias. Por esta razão o melhor
conselho para evitar erros doutrinários em decorrência destas
imprecisões é:
§
Quando possível, recorrer ao
original hebraico ou grego para desfazer dúvidas remanescentes.
Acima destas três regras que
procuramos obedecer ao elaborar este livro, está a confiança do poder de
Deus que, através do seu espírito, atua em nossa mente nos guiando em
toda a verdade.
Passemos agora a analisar as
dificuldade na interpretação de Mateus 28:19.
5.4 - Inconsistência com o Público Alvo
Acredita-se que o livro de Mateus
tenha sido escrito em aramaico (ao contrário dos demais livros do Novo
Testamento que teriam sido escritos em grego). O objetivo de Mateus era
alcançar os judeus convencendo-os de que Jesus Cristo era o Messias
descrito pelos profetas do Antigo Testamento. Desta forma, causa-nos no
mínimo alguma estranheza a menção de uma fórmula batismal que sugira a
existência de uma trindade jamais aceita pelos judeus. Isto porque a
crença dos judeus se baseia totalmente no Velho Testamento, onde não há
qualquer sugestão da existência de uma trindade. Baseados no Velho
Testamento, os judeus aceitam um único Deus e a proposta de uma trindade
soaria absurda. Ademais, o objetivo de Mateus não era convencê-los da
existência de uma trindade, mas mostrar Jesus como o Messias.
5.5 - Análise Contextual - A Autoridade de Cristo
Como em todo texto controvertido,
temos que dedicar tempo e esforço para a compreensão não apenas do verso
em questão, mas também do seu contexto. Neste ponto, devemos compreender
claramente o que significa fazer algo em nome de alguém.
“Fazer algo em nome de alguém”
significa a concessão ou delegação de poder para outra pessoa. Por
exemplo, um policial não tem autoridade se esta não lhe fosse dada pela
lei. Por isso, ao deter um criminoso em flagrante, o policial poderá
dizer: “Preso em nome da Lei”, em outras palavras, “Estou lhe prendendo
com a autoridade que a lei me dá”. O poder de prender alguém em
flagrante deriva da lei e se estende não apenas às autoridades
policiais, mas a toda pessoa comum do povo que testemunha um crime. O
artigo 301 do Código de Processo Penal diz que “qualquer do povo
poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem
quer que seja encontrado em flagrante delito.” Provavelmente você
não sabia que a lei do nosso país lhe dá autoridade para prender um
criminoso em flagrante e entregá-lo às autoridades. Desta forma, como a
autoridade lhe foi dada pela lei, você pode dirigir-se a um
criminoso e dar-lhe voz de prisão: “O senhor está preso em nome
da lei.” (Por motivos óbvios recomendamos que esta autoridade seja usada
com cautela, avaliando muito bem as conseqüências de curto prazo.)
Da mesma forma, um representante de
estado, por exemplo, um embaixador, age não por si mesmo, mas em nome de
uma nação. O mesmo vale para um delegado, um procurador, um advogado ou
qualquer outro representante legal. Este representante, advogado ou
procurador age apenas em nome de alguém que tenha lhe dado autoridade
para tanto. Por isso podemos afirmar sem medo de errar que existe uma
íntima relação entre fazer algo em nome de uma pessoa e a autoridade que
esta pessoa confere a outrem.
Imagine que você é enviado pelo
Presidente da República a uma repartição pública com uma procuração
oficial assinada pelo presidente. Ao chegar você se identifica: “Meu
nome é João da Silva e vim em nome do Presidente da República.” Você
pode não representar muito para os funcionários desta repartição, mas
como você age em nome de alguém que tem autoridade, então é prontamente
atendido. Não seria assim se você estivesse representando uma pessoa
comum. Imagine-se agora chegando na mesma repartição com uma procuração
assinada pelo seu cunhado, Eustáquio Miranda. Você poderia agir em nome
do Eustáquio Miranda, mas não teria o mesmo atendimento pois a
autoridade do seu cunhado não é comparável à autoridade do presidente.
Estes exemplos simples foram citados
apenas para mostrar a forte relação entre fazer algo em nome de alguém e
sua autoridade.
Analisando o contexto de Mateus
28:19, especialmente o verso 18, vemos que a autoridade a que Mateus se
refere é a autoridade de Cristo e não a autoridade de uma trindade:
“Jesus, aproximando-se, falou-lhes,
dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.” - Mateus
28:18.
Seria esperado, portanto, na sucessão
natural da grande comissão, que Jesus comissionasse os discípulos como
seus representantes, seus procuradores agindo exclusivamente em seu
nome e com a sua autoridade. Mas, surpreendentemente, embora a
autoridade seja a de Cristo, a recomendação é que os discípulos batizem
em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo. Isto é, no mínimo, muito
estranho! Mas vejamos como os discípulos obedeceram a esta ordem de
Cristo.
5.6 - Em Nome de Quem os Discípulos Batizaram?
O livro de Atos relata vários
batismos, mas nenhum deles foi realizado em nome da trindade. Os
exemplos que temos da era apostólica demonstram claramente que os
batismos foram realizados em nome de Jesus. Vejamos alguns exemplos
começando com o apelo de Pedro aos judeus na festa do Pentecostes:
“Respondeu-lhes Pedro:
Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom o
espírito Santo.” - Atos 2:38.
Estaria Pedro, por acaso,
desobedecendo a ordem clara do Mestre que o batismo deveria ser
realizado em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo? Por que Pedro
recomendou um batismo em nome de Jesus apenas? Vejamos como haviam sido
batizados os crentes de Samaria:
“Porquanto não havia ainda descido
sobre nenhum deles, mas somente haviam sido batizados em o nome do
Senhor Jesus.” - Atos 8:16.
O livro dos Atos também relata que
gentios foram batizados em nome de Jesus e não em nome do Pai, do Filho
e do espírito Santo:
“E ordenou que fossem batizados em
nome de Jesus Cristo. Então lhe pediram que permanecesse com eles
por alguns dias.” - Atos 10:48.
O livro dos Atos relata até mesmo
casos de rebatismo em Éfeso:
“Eles, tendo ouvido isto, foram
batizados em o nome do Senhor Jesus.” - Atos 19:5.
Por que os discípulos batizaram em
nome de Jesus e não em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo? Por
que os batismos hoje são em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo
(baseando-se em apenas um verso e ignorando todos os demais que ensinam
que o batismo deve ser em nome de Jesus)?
Em Romanos 6:3 Paulo afirma que
“fomos batizados
em Cristo Jesus”.
Ele nunca afirmou que fomos batizados na trindade
.
Exortando sobre a necessidade de
unidade em Cristo, Paulo pergunta aos Coríntios:
“Acaso Cristo está dividido? Foi
Paulo crucificado em favor de vós, ou fostes porventura, batizados em
nome de Paulo?” - I Coríntios 1:13.
Embora este verso não diga tão
claramente quanto os anteriores que o batismo é em nome de Jesus, há uma
evidência clara da intenção do apóstolo. Cristo não está dividido. Jesus
Cristo foi crucificado em favor dos crentes e estes foram batizados em
nome dEle, sugere o verso.
Escrevendo aos Gálatas, Paulo
reafirma o que foi dito até o momento:
“Porque todos quantos fostes
batizados em Cristo, de Cristo vos revestistes.” - Gálatas 3:28.
“Ou, porventura, ignoreis que todos
nós que fomos batizados
em Cristo Jesus
fomos batizados na sua morte?” – Romanos 6:3.
O batismo significa a morte do
cristão para uma vida de pecado e um novo nascimento para uma nova vida
em Cristo. Todo aquele que é batizado em nome de Jesus, demonstra
aceitar a Jesus como seu Salvador pessoal.
Não apenas os batismos foram
realizados em nome de Cristo, mas todas as palavras e obras dos cristãos
devem ser em nome de Jesus Cristo (não em nome do Pai, do Filho e do
espírito Santo).
5.7 - Tudo deve ser feito em nome
de Jesus Cristo
“E tudo quanto fizerdes por
palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por
ele graças a Deus Pai.” - Colossenses 3:17.
Paulo recomenda que tudo deva
ser feito em nome de Jesus. O que está incluído nesta expressão “tudo”?
Todas as coisas estão incluídas aqui (inclusive batismos).
É hora de pegarmos nossas Bíblias e
conferirmos os versos abaixo:
5.7.1 - As orações devem ser
feitas em nome de Jesus, não em nome de uma trindade.
Vejamos alguns exemplos:
“E tudo quanto pedirdes em meu
nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se
me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei.” (João
14:13-14).
“Não fostes vós que me escolhestes a
mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto
pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.” (João 15:16).
“Até agora nada tendes pedido em
meu nome; pedi e recebereis, para que a vossa alegria seja
completa... Naquele dia, pedireis em meu nome; e não vos digo que
rogarei ao Pai por vós. Porque o próprio Pai vos ama, visto que me
tendes amado e tendes crido que eu vim da parte de Deus.” (João 16:24,
26-27).
“Está alguém entre vós doente? Chame
os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com
óleo, em nome do Senhor.” (Tiago 5:14).
5.7.2 - Advertências, admoestações
e repreensões foram feitas em nome de Jesus, nunca em nome da trindade.
“Rogo-vos, irmãos, pelo nome de
nosso Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não
haja entre vós divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma
disposição mental e no mesmo parecer.” (I Corintios 1:10).
“Nós vos ordenamos, irmãos, em
nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que ande
desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebestes.” (II
tessalonicenses 3:6).
5.7.3 - Nenhum milagre foi feito
em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo, mas em nome de Jesus.
“Disse-lhe João: Mestre, vimos um
homem que, em teu nome, expelia demônios, o qual não nos segue; e
nós lho proibimos, porque não seguia conosco. Mas Jesus respondeu: Não
lho proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e, logo a
seguir, possa falar mal de mim. Pois quem não é contra nós é por nós.”
(Marcos 9:38-40).
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e
pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo;
quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de acompanhar
aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas
línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não
lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão
curados.” (Marcos 16:15-18).
“Então, regressaram os setenta,
possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos
submetem pelo teu nome!” (Lucas 10:17).
“Pedro, porém, lhe disse: Não possuo
nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus
Cristo, o Nazareno, anda!” (Atos 3:6).
“E, pondo-os perante eles, os
argüiram: Com que poder ou em nome de quem fizestes isto? Então, Pedro,
cheio do espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e anciãos,
visto que hoje somos interrogados a propósito do benefício feito a um
homem enfermo e do modo por que foi curado, tomai conhecimento, vós
todos e todo o povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o
Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus ressuscitou dentre os
mortos, sim, em seu nome é que este está curado perante vós.”
(Atos 4:7-10).
“Agora, Senhor, olha para as suas
ameaças e concede aos teus servos que anunciem com toda a intrepidez a
tua palavra, enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e
prodígios por intermédio do nome do teu santo Servo Jesus.” (Atos
4:29-30).
“Isto se repetia por muitos dias.
Então, Paulo, já indignado, voltando-se, disse ao espírito: Em nome
de Jesus Cristo, eu te mando: retira-te dela. E ele, na mesma hora,
saiu.” (Atos 16:18).
5.7.4 - Obras de caridade também
foram realizadas em nome de Jesus.
“E quem receber uma criança, tal como
esta, em meu nome, a mim me recebe.” (Mateus 18:5).
“Qualquer que receber uma criança,
tal como esta, em meu nome, a mim me recebe; e qualquer que a mim
me receber, não recebe a mim, mas ao que me enviou... Porquanto, aquele
que vos der de beber um copo de água, em meu nome, porque sois de
Cristo, em verdade vos digo que de modo algum perderá o seu galardão.”
(Marcos 9:37 e 41).
“E lhes disse: Quem receber esta
criança em meu nome a mim me recebe; e quem receber a mim recebe
aquele que me enviou; porque aquele que entre vós for o menor de todos,
esse é que é grande.” (Lucas 9:48).
5.7.5 - Até mesmo reuniões
espirituais e pregações devem ser realizadas em nome de Jesus, não em
nome da trindade.
“Porque, onde estiverem dois ou três
reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” (Mateus 18:20).
“E lhes disse: Assim está escrito que
o Cristo havia de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia
e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de
pecados a todas as nações, começando de Jerusalém.” (Lucas 24:46-47).
“Mas, para que não haja maior
divulgação entre o povo, ameacemo-los para não mais falarem neste
nome a quem quer que seja. Chamando-os, ordenaram-lhes que
absolutamente não falassem, nem ensinassem em o nome de Jesus.”
(Atos 4:17-18).
“Mas Barnabé, tomando-o consigo,
levou-o aos apóstolos; e contou-lhes como ele vira o Senhor no caminho,
e que este lhe falara, e como em Damasco pregara ousadamente em nome
de Jesus. Estava com eles em Jerusalém, entrando e saindo, pregando
ousadamente em nome do Senhor.” (Atos 9:27-28).
“Dando sempre graças por tudo a nosso
Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos
uns aos outros no temor de Cristo.” (Efésios 5:20).
“Irmãos, tomai por modelo no
sofrimento e na paciência os profetas, os quais falaram em nome do
Senhor.” (Tiago 5:10).
5.7.6 - O mais impressionante é
que até mesmo o espírito Santo é enviado em nome de Jesus.
“Mas o Consolador, o espírito Santo,
a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as
coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” (João 14:26).
5.7.7 - Tudo deve ser feito em
nome de Jesus, pois nossa salvação é também em nome do nosso Senhor
Jesus Cristo.
E não há salvação em nenhum outro;
porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os
homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” (Atos 4:12).
“Estes, porém, foram registrados para
que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais vida em seu nome.” (João 20:31).
5.7.8 - As Saudações de Paulo às
Igrejas
“Paulo, servo de Jesus Cristo,
chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, o
qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus
profetas nas Sagradas Escrituras, com respeito a seu Filho, o
qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado
Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela
ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor.”
(Romanos 1:1-4).
“Paulo, chamado pela vontade de
Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo, e o irmão Sóstenes, à
igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus,
chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome
de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso: graça a vós
outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus
Cristo.” (I Corintios 1:1-3).
“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus
pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus
que está em Corinto e a todos os santos em toda a Acaia, graça a vós
outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus
Cristo. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!” (II Corintios 1:1-3).
“Paulo, apóstolo, não da parte de
homens, nem por intermédio de homem algum, mas por Jesus Cristo e
por Deus Pai, que o ressuscitou dentre os mortos, e todos os
irmãos meus companheiros, às igrejas da Galácia, graça a vós outros e
paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do nosso Senhor Jesus
Cristo.” (Gálatas 1:1-3).
“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus
por vontade de Deus, aos santos que vivem em Éfeso, e fiéis em
Cristo Jesus: Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai
e do Senhor Jesus Cristo.” (Efésios 1:1-2).
“Paulo
e Timóteo, servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo
Jesus, inclusive bispos e diáconos, que vivem em Filipos: Graça e
paz a vós outros da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus
Cristo.” (Filipenses 1:1-2).
“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus,
por vontade de Deus, e o irmão Timóteo: Aos santos e fiéis irmãos
em Cristo que se encontram em Colossos: Graça e paz a vós outros
da parte de Deus nosso Pai. Damos sempre graças a Deus, Pai de
nosso Senhor Jesus Cristo, quando oramos por vós, desde que ouvimos
da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos
os santos.” (Colossenses 1:1-4).
“Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja
dos tessalonicenses
em Deus Pai e no
Senhor Jesus Cristo: Graça
e paz a vós outros.” (I Tessaloniceses 1:1).
“Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja
dos tessalonicenses, em Deus nosso Pai e no Senhor Jesus
Cristo: Graça e paz a vós outros da parte de Deus Pai e do
Senhor Jesus Cristo.” (II Tessaloniceses 1:1-2).
“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus,
pelo mandato de Deus, nosso Salvador, e de Cristo Jesus,
nossa esperança, a Timóteo, verdadeiro filho na fé: Graça, misericórdia
e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso
Senhor.” (I Timóteo 1:1-2).
“Paulo, apóstolo de Cristo Jesus,
pela vontade de Deus, de conformidade com a promessa da vida que
está em Cristo Jesus, ao amado filho Timóteo: Graça, misericórdia
e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus nosso
Senhor.” (II Timóteo 1:1-2).
“Paulo, servo de Deus e
apóstolo de Jesus Cristo, para promover a fé que é dos eleitos de
Deus e o pleno conhecimento da verdade segundo a piedade, na
esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu
antes dos tempos eternos e, em tempos devidos, manifestou a sua palavra
mediante a pregação que me foi confiada por mandato de Deus,
nosso Salvador, a Tito, verdadeiro filho, segundo a fé comum, graça e
paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso
Salvador.” (Tito 1:1 e 4).
“Paulo, prisioneiro de Cristo
Jesus, e o irmão Timóteo, ao amado Filemom, também nosso
colaborador, e à irmã Áfia, e a Arquipo, nosso companheiro de lutas, e à
igreja que está em tua casa, graça e paz a vós outros, da parte de
Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.” (Filemom 1:1-3).
Por que Paulo, em suas saudações, não
se apresenta como servo de Deus Pai, de Jesus e do Deus espírito
Santo? Por que não lemos versos como graça e paz a vós outros da
parte de Deus nosso Pai, do Senhor Jesus Cristo e do Deus espírito
Santo? Não seria estranho, Paulo ter ignorado em suas saudações, a
terceira pessoa da trindade, se ela realmente existisse?
Diante de tantas inconsistências e
incompatibilidades com o restante dos escritos sagrados, Mateus 28:19
tem sua autenticidade questionada.
A história demonstra que na era
apostólica batizava-se apenas em nome de Jesus, sendo que batismos em
nome do Pai, do Filho e do espírito Santo só foram realizados muitos
anos após a morte dos apóstolos.
5.8 - A Autenticidade de Mateus 28:19
Diante de tantas inconsistências e
incompatibilidades com o restante dos escritos sagrados, Mateus 28:19
tem sua autenticidade questionada. A história demonstra que na era
apostólica batizava-se apenas em nome de Jesus, sendo que batismos em
nome do Pai, do Filho e do espírito Santo só foram realizados muitos
anos após a morte dos apóstolos.
Os livros de Mateus e Marcos são
considerados livros sinóticos, ou seja, são livros que apresentam uma
ampla coincidência quanto à narrativa dos temas apresentados.
A maioria dos fatos apresentados no
livro de Mateus também são encontrados no livro de Marcos.
Diante destes fatos, se Mateus 28:19
fosse um texto autentico, era de se esperar que estivesse repetido no
livro de Marcos, no entanto não é isto que acontece.
Lucas, ao iniciar seu livro, relata
que o mesmo é fruto de uma apurada investigação de todos os fatos desde
a sua origem, no entanto, seu relato, não cita a formula trinitariana de
batismo, o que concorda com a citação encontrada no livro de marcos.
Lucas 24:47
“E que em Seu nome se pregasse
arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de
Jerusalém.”
Marcos 16:15-16
“E disse-lhes: Ide por todo o mundo e
pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será
salvo; quem, porém, não crer será condenado.”
Se a ordem de Jesus realmente fosse
para os batismos serem realizados em nome do Pai, do Filho e do espírito
Santo, com certeza Marcos e Lucas não teriam omitido esta ordem do
mestre ao escreverem seus livros.
Diante de tantas evidências não nos
resta a mínima duvida de que os batismos eram realizados em nome de
Jesus e não em nome de uma trindade.
Vejamos o que as enciclopédias dizem
a respeito da origem da trindade e do batismo em nome do Pai, do Filho e
do espírito Santo:
Enciclopédia Britânica
A fórmula batismal foi mudada do nome
de Jesus Cristo para as palavras Pai, Filho e espírito Santo pela Igreja
Católica no 2º Século." - 11a Edição, Vol.3 - págs. 365-366. (em
inglês)... "Sempre nas fontes antigas menciona que o batismo era em nome
de Jesus Cristo." - Volume 3 pág.82.
Enciclopédia da Religião - Canney
A religião primitiva sempre batizava
em nome do Senhor Jesus até o desenvolvimento da doutrina da trindade no
2° Século." - pág. 53 (em inglês).
Nova Enciclopédia Internacional
"O termo "trindade" se originou com
Tertuliano, padre da Igreja Católica Romana." - Vol. 22 pág. 477 (em
inglês).
Enciclopédia da Religião -
Hastings
"O batismo cristão era administrado
usando o nome de Jesus. O uso da fórmula trinitariana de nenhuma forma
foi sugerida pela história da igreja primitiva; o batismo foi sempre em
nome do Senhor Jesus até o tempo do mártir Justino quando a fórmula da
trindade foi usada." - Vol.2 pág. 377-378-389 (em inglês).
O pastor
Alexandro Búllon
em seu livro “Terceiro
Milênio”
nas páginas 41 e 42, parece dar a entender que a doutrina da trindade
foi uma das doutrinas pagãs que entraram na igreja cristã na época do
Imperador Romano Constantino.
Veja sua surpreendente declaração
logo abaixo:
Se lermos com cuidado podemos
verificar que ele está dando a informação de que no tempo de
Constantino, muitas doutrinas estranhas pretendiam misturar-se as
verdade bíblicas. Mas após a frase “Doutrinas Estranhas que Pretendiam
Misturar-se às Verdades Bíblicas”, inicia-se uma outra frase: “Entre as
doutrinas em conflito, podemos mencionar: o pecado original, a trindade,
a natureza de Cristo,...”.
Isto pode nos levar a pensar que,
sobre estas doutrinas, o pastor Búllon está apenas dizendo que havia
muita discussão na época, utilizando a expressão “entre as doutrinas em
conflito...”. A trindade estava em discussão, pois alguns acreditavam na
trindade e outros não (a natureza de Cristo também estava em discussão).
É claro que se algum livro do Bullón
insinuasse clara e explicitamente que a doutrina da trindade não é
bíblica, este não passaria assim tão fácil pela Casa Publicadora
Brasileira.
Por outro lado, o Pr.Bullón, talvez,
até quisesse dizer outra coisa, mas o sentido no texto parece ser o de
que uma das doutrinas em conflito com as verdades bíblicas naquele
período foi a da doutrina da trindade.
A Bíblia de Jerusalém incluiu o
seguinte comentário de rodapé a respeito de Mateus 28:19:
Em 1960, a Sociedade Bíblica
Britânica e Estrangeira publicaram um Novo Testamento em Grego e a
alternativa apresentada para Mateus 28:19 foi “en to onomati mou” (“em
meu nome”). Eusébio foi citado como autoridade em favor desta versão.
Algumas Bíblias que provavelmente utilizam-se de outros critérios na
crítica textual adotam outras versões para estes textos controversos.
O Evangelho de Mateus em Hebraico
de George Howard é um exemplo que não contem a fórmula batismal em nome
do Pai, e do Filho e do espírito Santo.
A tradução do texto em inglês que
consta no mesmo volume é a seguinte:
“Jesus, aproximando-se deles,
disse-lhes: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide e
ensinai-os a observar todas as coisas que vos ordenei para sempre.”
O Livro Judaico “O Judaísmo e as
Origens do Cristianismo” de David Flusser (foto acima) também confirma a
inserção da fórmula trinitariana em Mateus 28:19.
Na página 156, encontramos a seguinte
declaração:
“De acordo com todos os manuscrito de
Mateus que foram preservados, o Jesus ressuscitado ordenou aos seus
discípulos batizar todas as nações “em nome do Pai e do Filho e do
espírito Santo”. A fórmula trinitaria franca, aqui, é de fato notável,
mas já mostrado que a ordem para batizar e a formula trinitária faltam
em todas as citações da passagem de Mateus nos escritos de Eusébio
anteriores ao Concilio de Nicéia. O texto de Eusebio de Mt 28:19-20
antes de Nicéia era o seguinte: ‘Ide e tornai as nações discípulas
em meu nome, ensinando-as a observar tudo o que vos ordenei.’
Parece que Eusébio encontrou essa forma do texto nos oráculos da famosa
biblioteca cristã em Cesaréia. Esse texto mais curto está completo e
coerente. Seu sentido é claro e tem seus méritos óbvios: diz que Jesus
ressuscitado ordenou que seus discípulos instruíssem todas as nações em
seu nome, o que significa que os discípulos deveriam ensinar a doutrina
de seu mestre, depois de sua morte, tal como a receberam dele.”
O testemunho de Eusébio de Cesaréia,
que viveu entre os anos 263 e 340 d.C. o qual é apresentado no Livro
História Eclesiástica, reforça o que acabamos de expor.
Vejamos o testemunho apresentado nas
páginas 82 e 83:
Por si só, o texto de Mateus 28:19
não nos fornece base para crermos que o espírito Santo é uma pessoa.
Para melhor compreensão apresentamos
os seguintes exemplos:
Ao ir para uma guerra, o soldado
poderia fazer o seguinte juramento:
“Juro, em nome do Presidente da nossa
nação e da Pátria amada que ele representa que defenderei nossos ideais
e nosso País com minha própria vida!”
Vejam que o juramento foi feito em
nome de uma pessoa (o presidente) e da Pátria, que não é uma pessoa.
Apenas mais um exemplo. O policial, ao prender o bandido diz:
“Você está preso em nome da lei!”
O fato de o policial ter citado a
palavra nome não significa que a lei seja uma pessoa. O mesmo ocorre no
texto bíblico de Mateus 28:19:
“Batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do espírito Santo;”
O fato de ser utilizada a palavra
“nome”, não significa que os três termos mencionados a seguir – Pai,
Filho e espírito Santo, são uma pessoa. O espírito Santo aqui pode ser
trazido denominando o poder de Deus Pai e de Jesus, o Filho, e ainda
assim a frase não perde o seu sentido:
“Batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do poder do Pai e do Filho”,
ou ainda poderia ser assim:
“Batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do poder de ambos”.
Estas duas versões não estariam
fugindo ao contexto. Este argumentos podem ser considerados todos como
conjectura. Vamos então analisar um texto bíblico, para esclarecer
melhor a questão – Atos 19:1-3:
“1 Aconteceu que, estando Apolo em
Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso
e, achando ali alguns discípulos,
2 perguntou-lhes: Recebestes,
porventura, o espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam:
Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o espírito Santo.
3 Então, Paulo perguntou: Em que,
pois, fostes batizados? Responderam: No batismo de João.”
O texto relata alguns discípulos que
tinham sido batizados por João Batista. João Batista foi o precursor de
Cristo. Foi ele quem batizou o próprio Cristo; portanto, o batismo de
João Batista é válido, pois Cristo, o nosso exemplo, foi batizado neste
batismo.
A Bíblia não deixa dúvidas de que
este batismo era ratificado pelo Céu como prova da sua validade, pois o
próprio Jesus afirmou:
“25 Donde era o batismo de João,
do céu ou dos homens? E discorriam entre si: Se dissermos: do céu, ele
nos dirá: Então, por que não acreditastes nele?
26 E, se dissermos: dos homens, é
para temer o povo, porque todos consideram João como profeta.”
- Mateus 21:25,26
O texto de Lucas confirma que o
batismo de João era de Deus:
“Todo o povo que o ouviu e até
os publicanos reconheceram a justiça de Deus, tendo sido batizados com o
batismo de João;” Lucas 7:29
Assim, temos que, quando Paulo
encontrou os discípulos que haviam sido batizados no batismo de João,
sabia que este era reconhecido pelo Céu. Entretanto, quando o mesmo
Paulo perguntou se eles receberam o espírito Santo quando foram
batizados, ouviu a surpreendente resposta:
“Nem mesmo ouvimos que existe o
espírito Santo.” – verso 2.
Aqueles que receberam o batismo de
João (o mesmo batismo no qual Cristo foi batizado), nem sequer haviam
ouvido falar que existia o espírito Santo. Se João Batista batizasse em
nome do Pai, do Filho e do espírito Santo, logicamente aqueles
discípulos já teriam ouvido falar no espírito Santo, pois eram
discípulos de João, e João batizava quase todos os dias, daí ser ele
chamado de “batista”. Assim, se João não batizava em nome do Pai, do
Filho e do espírito Santo, Jesus também não foi batizado em nome dos
três.
Portanto, caso queiramos usar o texto
de Mateus 28:19 para apoiar que o espírito Santo é uma pessoa, teríamos
que assumir que esta pessoa passou a existir, ou ter autoridade, depois
da ressurreição de Jesus, quando Ele então mandou batizar em nome do
Pai, do Filho e do espírito Santo. Mesmo se assim o fosse, não
poderíamos considerar o espírito Santo como um Deus, pois neste caso ele
não seria eterno, e Deus é eterno. Além disso, a Bíblia afirma
expressamente que há um só Deus, o Pai, e um só Senhor, Jesus Cristo (I
Cor. 8:6).
Note-se que um texto não pode
invalidar outro, ou seja, João não menciona o espírito Santo, enquanto
que Jesus claramente ordena o batismo em nome dos três. Há uma
“aparente” contradição entre os textos bíblicos? Não, pois o que estamos
frisando é a inexistência do espírito Santo como pessoa e não como
poder. Assim, tanto o batismo de João quanto o batismo ordenado por
Jesus são válidos e complementares.
A promessa do Salvador era de que o
Consolador, o espírito da Verdade, seria concedido aos discípulos após o
Pentecostes. Vemos então que João não poderia mencionar o espírito
Santo, pois a promessa para o recebimento do mesmo estava no futuro. O
mesmo não ocorreu com Jesus, que ciente da promessa do Pai (a vinda do
Consolador), ordenou, na certeza do cumprimento da promessa, que os
discípulos batizassem em nome do Pai, dEle (o Filho) e do poder de ambos
(o Consolador, o espírito Santo).
Percebemos portanto que o texto de
Mateus 28:19 não se refere ao espírito Santo como sendo uma pessoa, pois
a Escritura afirma claramente que foram vistas línguas de fogo quando a
promessa do Consolador foi cumprida e os discípulos receberam o espírito
Santo (Atos 2:3-4, 32-33, 37-38).
Conclusão
Mesmo que o texto de Mateus 28:19
seja original, não indica que o espírito Santo seja uma terceira pessoa,
pois como acabamos de expor, podemos ser batizados em nome do Pai e
do Filho e do espírito Santo, sem com isso afirmar que o espírito
Santo seja uma pessoa distinta de Deus, o Pai e de Seu Filho Jesus
Cristo.
“Vós,
porém, não estais na carne, mas no espírito, se, de fato, o
espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o espírito
de Cristo, esse tal não é dele.” (Romanos 8:9).
5.9 - Se a trindade Não Existe,
Como Entender Mateus 28:19?
Robson Ramos
Sobre Mateus 28:19 - "Ide, portanto,
fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do espírito Santo" --, parece-nos razoável acreditar que:
1. Quando Cristo supostamente disse o
que está registrado em Mateus 28:19, havia discípulos presentes. E
obviamente, o que Ele disse foi ouvido e entendido por eles.
2. Portanto, um discípulo como Pedro,
por exemplo, poderia nos dizer exatamente como foi que entendeu a ordem
do Salvador.
3. Deveriam eles, a partir de então,
batizar em nome de uma trindade, composta por três pessoas divinas que
misteriosamente formam um único Deus? Em Atos 2:38, vemos Pedro
conclamando seus ouvintes a se arrependerem para serem batizados em nome
de Jesus e não em três nomes, ou no nome dos três. Pedro explicou ainda
que os batizados em nome de Jesus receberiam espírito Santo como
presente.
4. Suponhamos, porém, que Pedro nessa
ocasião houvesse esquecido a ordem de Mateus 28:19 e deixado de batizar
em nome da trindade... Teria a Bíblia uma outra evidência de como Pedro
entendera a última ordem de Jesus? Atos 10:48 afirma que ele ordenou que
Cornélio e os seus que deveriam ser batizados em nome de Jesus.
5. Assim, vemos que, como bem
argumenta o irmão David do site
www.present-truth.net,
"Pedro deve ter entendido o imperativo de Jesus diferentemente do que a
maioria dos trinitarianos compreendem hoje."
6. Será que Pedro estava sozinho em
seu entendimento? Não. Em Atos 8:16, ele e João foram a Samaria
encontraram um grupo que havia sido batizado em nome de Jesus por
Felipe. Faltava-lhes apenas receber o divino presente de batismo, que
era o espírito Santo. Por isso, Pedro e João lhes impuseram as mãos e
oraram por eles.
7. E o apóstolo Paulo, que dizia não
ter recebido o Evangelho de nenhum homem, mas do próprio Cristo (Gálatas
1:12), batizava ele em nome da trindade? Quando visitou Éfeso, Paulo
encontrou irmãos que conheciam apenas o batismo de João. Pois bem,
Paulo, depois de instruí-los, batizou-os somente no nome do Senhor
Jesus. Depois, colocou a mão sobre eles para que recebessem espírito
Santo. E eles falaram em línguas conhecidas e profetizaram!
8. O que estamos dizendo é que não
existe na Bíblia qualquer registro de batismo realizado em nome de uma
trindade. Diante disso, como ressalta o irmão David do Ministério
Verdade Presente (já citado), restam-nos três opções apenas: (a) os
discípulos se rebelaram contra Jesus e desobedeceram Sua ordem de
batizar em nome da trindade; (b) os discípulos entenderam a ordem de um
jeito diferente do proposto pelos trinitarianos; (c) Jesus nunca ordenou
que batizassem em nome do Pai e do Filho e do espírito Santo.
9. Nos sete primeiros itens deste
pequeno esboço, demonstramos que a ordem de Mateus 28:19 foi entendida
pelos discípulos de modo diferente do que hoje defendem os
trinitarianos, pois batizavam apenas em nome de Jesus. Poderia a
terceira opção ser também verdadeira, ou seja, poderiam os discípulos
ter entendido a ordem de maneira diferente porque, de fato, foi dada de
modo diferente?
10. Estudiosos não comprometidos com
a Igreja Católica e seus dogmas e mistérios, afirmam que Mateus 28:19
pode ser fruto de um acréscimo posterior ao texto bíblico.
Uma das evidências citadas por esses
estudiosos são os escritos de Eusébio de Cesaréia, do quarto século.
Dezessete vezes nos textos que escreveu antes do Concílio de Nicéia,
Eusébio cita Mateus 28:19 como: "Portanto, ide e fazei discípulos em Meu
nome", sem mencionar a fórmula trinitariana. Nos escritos pós-Nicéia de
Eusébio, a fórmula trinitariana é encontrada cinco vezes apenas!
11. O contexto imediato de Mateus
28:19 adequa-se muito melhor a essa construção repetida tantas vezes por
Eusébio de Cesaréia. Veja:
"Seguiram os onze discípulos para a
Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara. E quando O viram, O
adoraram; mas alguns duvidaram. Jesus, aproximando-Se, falou-lhes,
dizendo toda autoridade Me foi dada no céu e na terra. Portanto,
ide a todas as nações e fazei discípulos em Meu nome,
ensinando-os a guardar todas as cousas que vos tenho ordenado.
E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século."
Mateus 28:16-20.
a) Parte dos onze se ajoelhou perante
Cristo, enquanto outros tiveram dúvida se deveriam fazê-lo, pois sabiam
que só deveriam se ajoelhar diante de Deus.
b) Diante da dúvida, Jesus lhes
explica que havia recebido de Deus toda a autoridade no céu e na terra e
que, portanto, poderia ser adorado de joelhos.
c) A concessão da autoridade divina a
Cristo, possibilitou-Lhe ainda ordenar aos discípulos que fossem a todas
as nações, fizessem discípulos e os batizassem em Seu nome, ensinando-os
a guardar tudo que lhes dissera. (Veja Lucas 24:45-47.)
d) O Filho de Deus, com a autoridade
e poder que recebera do Pai, promete então que estaria espiritualmente
com eles todos os dias até o fim do mundo. (O Evangelho de Marcos
confirma que Ele cumpriu essa promessa: "De fato o Senhor Jesus,
depois de lhes ter falado, foi recebido no céu, e assentou-Se à destra
de Deus. E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, cooperando
com eles o Senhor, e confirmando a palavra por meio de sinais que se
seguiam." Marcos 16:19-20.
Portanto, fica demonstrado, segundo o
raciocínio dos leigos adventistas, que acrescentar outros personagens à
última declaração de Cristo registrada por Mateus fere o contexto,
tornando o texto confuso, pois lhe desvirtua o sentido.
12. Para encerrar, uma declaração da
Sra. White que nossos teólogos prefeririam que não existisse, porque
coloca em dúvida Mateus 28:19 e outras passagens que parecem favorecer o
dogma da trindade:
"Vi que Deus havia de maneira
especial guardado a Bíblia, ainda quando dela existiam poucos
exemplares; e homens doutos nalguns casos mudaram as palavras,
achando que a estavam tornando mais compreensível quando, na realidade,
estavam mistificando aquilo que era claro, fazendo-a apoiar suas
estabelecidas opiniões, que eram determinadas pela tradição. Vi,
porém, que a Palavra de Deus, como um todo, é uma cadeia perfeita,
prendendo-se uma parte à outra, e explicando-se mutuamente."
Primeiros Escritos, págs. 220-221.
Ora, um dos únicos textos da Bíblia
do qual até os teólogos trinitarianos têm plena certeza de que se trata
de um inegável acréscimo é aquele que se encontra entre colchetes em I
João 5:7-8 e favorece a trindade:
"Pois há três que dão testemunho
[no céu: o Pai, a Palavra, e o espírito; e estes três são um. E três são
os que testificam na terra]: o espírito, a água e o sangue, e os
três são unânimes num só propósito."
Diante disso, se neste caso
favoreceu-se a trindade e o espírito de Profecia, através da irmã White,
fala "nalguns casos", é muito provável, lógico até mesmo para os
"leigos", que outros trechos que favorecem a trindade, como Mateus 28:19
e a chamada "bênção apostólica", sejam também apócrifos.
13. Como já expomos, a mais recente
edição da Bíblia de Jerusalém, Nova Edição, Revista e Ampliada,
lançada em agosto de 2002 pela Igreja Católica, em nota de rodapé a
Mateus 28:19, admite que a frase "batizando-os em nome do Pai, do Filho
e do espírito Santo, tenha sido acrescentada posteriormente ao Livro de
Mateus:
"É possível que, em sua forma
precisa, essa fórmula reflita influência do uso litúrgico
posteriormente fixado na comunidade primitiva. Sabe-se que o livro
dos Atos fala em batizar "no nome de Jesus" (cf At 1,5+;2,38+).
Mais tarde deve ter-se estabelecido a associação do batizado às três
pessoas da trindade..."
5.10 – Rabino afirma que Eusébio
foi pressionado pelo bispo cristão Atanásio a inserir o termo “em
Nome do Pai, do Filho e do espírito Santo”.
Fernando Oliveira Santana Júnior
A questão da "Tevilá" (Imersão ou
Batismo) é relevante para nós, uma vez que ela nos diz respeito como um
testemunho público de nossa "emuná" (fidelidade ou fé) no Messias Yeshua
(Jesus).
Realmente, é surpreendente o fato de
a "Tevilá" (Imersão em água) no Livro de Atos somente haver sido
realizado em Nome do Messias Yeshua (Jesus) (Atos 2:38; 8:16; 10:48;
19:5) e, só vermos Matityáhu (Mateus) 28:19 mencionando a expressão
"em Nome do Pai, do Filho e do espírito Santo".
Muitos indagam: Por que isto? Yeshua
(Jesus) falou a referida expressão em Matityáhu 28:19? Lucas a omitiu
propositadamente? A Tevilá (Imersão em água) era mesmo realizada no 1º
século em Nome do Pai, do Filho e do espírito Santo?
Segundo o Morê (Professor) de
Judaísmo do Período do Segundo Templo, da Universidade Hebraica de
Jerusalém, David Flüsser em seu livro Judaísmo e Origens do
Cristianismo, Vol. 1, pág. 156, a expressão "em Nome do Pai, do
Filho e do espírito Santo" não foram mencionadas em todas as
citações de Matityáhu 28:19 nos escritos de Eusébio ANTERIORES AO
CONCÍLIO CRISTÃO DE NICÉIA (325 d.E.C.) sob a supervisão do imperador
Constantino. O texto de Matityáhu (Mateus) 28:19 antes do referido
Concílio era o seguinte: "Ide e tornai todas as nações discípulas
em Meu Nome, ensinando-as a
observar tudo o que vos ordenei".
Segundo o Rabino Joseph Shulam,
Eusébio foi pressionado pelo bispo cristão Atanásio (que teve
participação no Concílio de Nicéia) a fazer a "inserção" Nome do Pai, do
Filho e do espírito Santo, e, caso não a fizesse, seria exilado para a
Espanha.
[Não estamos apresentando a afirmação
acima como prova dos fatos, uma vez que trata-se apenas de uma
declaração, no entanto, em nosso entendimento, o simples fato de partir
de um rabino, no mínimo merece consideração de nossa parte].
Diante desta afirmação, é bastante
provável que Yeshua (Jesus), não fez menção a "Tevilá" (batizar em Nome
do Pai, do Filho e do espírito Santo), tratando-se, pois de um
acréscimo.
Infelizmente, este fato não é do
conhecimento de todos.
Mas, e agora: E os batismos em Nome
do Pai, do Filho e do espírito Santo que se fazem atualmente?
Obviamente, esta questão só está vindo a público contemporaneamente.
Tantos séculos se passaram com este fato histórico oculto diante dos
olhos da Igreja do Messias. E agora, neste momento ou tempo desta
descoberta, não podemos ser juízes terminantemente implacáveis daqueles
que até fazem a Tevilá (Imersão em água ou Batismo) sem terem o mínimo
de conhecimento a respeito. Portanto, o processo é complexo.
Bom, quanto às igrejas que imergem só
em Nome do Messias, elas estão agindo segundo o padrão de Atos conforme
foi aduzido acima.
No entanto, quem recebeu a "Tevilá"
(Imersão em água) em nome do Pai, do Filho e do espírito Santo foi e é
válida, uma vez que foi realizada com o Nome do Messias (o problema só
está em acrescentar a expressão dita anteriormente). Mas, não podemos
condenar os que imergem em Nome do Pai, do Filho e do espírito Santo,
uma vez que não são culpados deste acréscimo.
5.11 - Versos com
Deus, Jesus e o espírito
Alguns versos do Novo Testamento
citam Deus Pai, Jesus e o espírito. Os defensores da teoria da trindade
usam tais versos para tentar provar que o espírito Santo é uma pessoa
assim como o Pai e como Jesus. Então alegam que tais versos comprovam a
existência da trindade. Vejamos alguns exemplos.
5.11.1 - O Batismo de Jesus
“Batizado Jesus, saiu logo da
água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o espírito de Deus
descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia:
Este é o me Filho amado, em quem me comprazo.” - Mateus 3:16 e 17.
A Bíblia em nenhum momento diz que o
espírito que desceu em forma de pomba era uma terceira pessoa, pelo
contrário, afirma claramente que se tratava do próprio espírito (pneuma)
do Pai. O verso mostra uma manifestação dupla do Pai: manifestou-se
através do seu espírito e da sua voz. Se através deste verso chega-se à
conclusão de que o espírito é uma pessoa, também poderíamos chegar à
conclusão de que a voz de Deus também é uma pessoa. Por que não? Só
porque o espírito está escrito com inicial maiúscula e a voz com inicial
minúscula? Sempre devemos lembrar que isso é uma convenção adotada em
português, pois no original grego não havia tal distinção.
5.11.2 - A Bênção de II Coríntios 13:13
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o
amor de Deus, e a comunhão do espírito Santo sejam com todos vós.” - II
Coríntios 13:13 (ou 14 em algumas traduções)
A doutrina da trindade ensina que
Deus é o primeiro, também chamado de “primeira pessoa da trindade”,
Jesus Cristo é a segunda pessoa e, finalmente, o espírito Santo é a
terceira pessoa da trindade. Este é o ensino clássico trinitariano. Mas
parece que esta seqüência de primeira, segunda e terceira pessoa não
estava muito clara para o apóstolo Paulo.
Perceba que Jesus Cristo é o primeiro
a ser mencionado em II Coríntios 13:13:
Ora, se a doutrina da trindade que se
ensina hoje fosse um consenso entre os apóstolos, Paulo certamente
obedeceria a ordem das pessoas, no entanto não o fez. Outro verso
utilizado pelos trinitarianos é I Pedro 1:2:
“Eleitos, segundo a presciência de
Deus Pai, em santificação do espírito, para a obediência e a aspersão do
sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.”
Neste verso é Jesus Cristo que
aparece como a terceira pessoa de uma suposta trindade.
Além deste problema na forma, os
trinitarianos enfrentam um problema de conteúdo ao lidar com II
Coríntios 13:13.
“A graça do Senhor Jesus Cristo, e o
amor de Deus, e a comunhão do espírito Santo sejam com todos vós.”
Ao lerem este trecho, interpretam
precipitadamente que nossa comunhão deve ser com a
terceira pessoa da trindade. Mas não é isso que o apóstolo diz. Paulo é
claro quando afirma “e a
comunhão do espírito Santo”,
não diz a comunhão com o espírito Santo.
Graças a outros textos da Bíblia, não
precisamos ser enganados neste ponto. A comunhão do espírito é a
comunhão que existe entre o espírito do Pai e o espírito do Filho.
Nossa comunhão não é com o espírito,
nossa comunhão é com o Pai e com o Filho, através
do espírito. Deus não pode se manifestar em toda sua glória diante de
olhos pecadores e Cristo não está mais conosco em carne.
Portanto, toda comunhão e comunicação
que temos com o Pai e com o Filho é através do pneuma (o próprio
espírito do Pai e do Filho).
“Ora a nossa comunhão é com o
Pai e com seu Filho Jesus Cristo.” - I João 1:3.
5.12 - trindade com Anjos?
Há outros versos na Bíblia que citam
o Pai, Jesus e o espírito, mas nenhum deles serve como evidência de que
exista uma trindade. Por quê? Pois o simples fato de um verso citar o
Pai, Jesus e o espírito não significa que o espírito seja uma pessoa e
que, juntamente com o Pai e com o Filho, componha uma trindade. Senão o
que diríamos com relação a Mateus 24:36?
“Mas a respeito daquele dia e hora
ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão
somente o Pai.” - Mateus 24:36.
Da mesma forma Mateus 16:27 cita o
Filho, o Pai e os Anjos, mas não cita o espírito Santo. Isto não
significa, em hipótese alguma, que Pai, Filho e Anjos componham uma
trindade.
“Porque o Filho do homem há de
vir na glória de seu Pai, com os seus anjos” - Mateus
16:27.
Há outros versos que citam o Pai, o
Filho e os anjos (Marcos 8:38; Marcos 13:32; Lucas 9:26). Porventura
tais versos indicam que Pai, Filho e Anjos compõem uma trindade
celestial? Absolutamente não! O fato dos três aparecerem no mesmo verso
não significa absolutamente nada na relação de um para com o outro. O
objetivo do autor, ao escrever tais versos, não foi indicar que existe
uma trindade. Da mesma forma, quando lemos um verso que menciona o Pai,
o Filho e o espírito Santo, não devemos concluir que pelo fato de
aparecerem juntos tal verso seja uma evidência da existência da
trindade.
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